domingo, 11 de dezembro de 2011

O bichinho da gripe


Não sei se já contei aqui sobre o dia que eu achei que Carolina tinha parado de respirar.  Ela tinha um pouco mais de um mês e eu e meu marido estavamos testando qual era o melhor horário para dar banho na criança, já que cada hora alguém falava uma coisa.  Por conta do frio que estava fazendo na cidade, resolvemos testar pela primeira vez dar banho na pequena durante o dia, o que a fez relaxar como nunca.
Pois bem, quando fui pegar a neném para mamar, ela estava dormindo tão profundamente que eu achei que ela tinha morrido.  Juro.  Eu fiquei tão desesperada que simplesmente perdi a voz e não consegui chamar meu marido.  Eu tentava gritar GUILHERME, e nada. Meu desespero era tão grande que eu não tinha coragem de tocar na criança e consequentemente não notei que ela respirava normalmente e se duvidar estava até rindo da minha cara.  É óbvio que quando meu marido apareceu, ele me deu um esporro daqueles, não só por não ter identificado que a minha própria filha estava dormindo mas porque se realmente ela estivesse passando mal, eu tinha que estar preparada para tomar alguma providência.  Chato.  E com razão (tudo bem que depois que ele viu que eu chorava compulsivamente, ele se sentiu mal e veio me consolar da minha própria loucura).  A verdade é  que ainda vou passar por vários sufocos com a minha filha, e tenho que ter controle emocional para lidar com eles.  Imagina se ela me aparece com catapora???  Ou se ela cair no chão? 
Com a entrada de Carolina na escola, eu sabia que mais cedo ou mais tarde ela ia chegar com alguma novidade.  No inicio, fiquei um pouco paranóica com o fato de minha pequena pegar qualquer tipo de doença, afinal ela ainda é tão pequenininha…. Mas não tem jeito, não existe ser mais doente do que criança.  Em qualquer lugar que você vá, sempre tem uma fungando, espirrando ou tossindo, então era só mesmo uma questão de tempo até minha filhota ser “batizada”. 
A gripe chegou a 10 dias atrás. Depois de 1 mês na escolinha, ela pegou uma gripe daquelas, que não conseguia dormir de tão entupida.  Tadinha… o pior era ver o desespero dela em não entender o que estava acontecendo, afinal, até pouco tempo atrás ela respirava e o ar entrava pelo nariz normalmente, como era que agora não estava funcionando?!?!?  Ela ficava nervosa de lá, e eu nervosa de cá, doida para sugar com qualquer coisa aquele narizinho minúsculo só para dar uma aliviada…. A bichinha só conseguiu dormir lá para as 5h da manhã e deve ter sido pelo cansaço absurdo e não porque tinha melhorado. 
No dia seguinte, ou melhor, poucas horas depois eu já liguei para o pediatra desesperada pedindo orientações.  Aliás um parenteses para os pediatras.  O pessoal deve amar muito o que faz porque aguentar mães histéricas e pitizentas deve ser a pior coisa nesse mundo (tudo bem que eu sou até comportada).  Cá estava eu com uma filha gripada, ligando para ele como se minha filha estivesse morrendo.  Tenha paciência!!!  Mas ele foi super gentil comigo, me tranquilizou e me indicou um remédio para a criança.  Santo homem.  Só faltou recomendar um calmante para mim, mas, beleza. Eu li uma vez que o pediatra não é o médico da criança e sim da mãe.  CERTEZA.  Eu me arrumo toda para ir ao pediatra e fico toda nervosa quando entro no consultório, morrendo de medo de falar besteira e querendo agradar o tempo todo.  Talvez meu subconsicente ache que com isso ele vai cuidar melhor de minha filha….  Mãe de primeira viagem é mesmo retardada.  Fazer o que? 
Passei o dia com Carolina em casa, fazendo nebulização de 3h em 3h e colocando soro a cada minuto.  Acho que hidratei a criança por anos, tamanha foi a quantidade de soro que eu coloquei durante o dia.
Na noite seguinte, já com o remédio, Carolina dormiu bem melhor e já conseguiu colocar para fora alguma coisa pelo nariz.  É muito engraçado presenciar isso.  Ela faz uma cara de quem não está entendendo o que está acontecendo com o nariz, faz um pouquinho de força e pronto, alguma coisa sai.  Mesmo assim ainda fica um tempinho irritada, porque é obvio que continua entupida... (quem dera se nessa idade a criança já soubesse assoar o nariz. Metade desses problemas já teriam sido resolvidos com um lenço).  
Depois de 7 dias tomando remédio e lutando para fazer nebulização, ela ficou melhor.  Colocar soro virou uma diversão (também ela não tem muita opção) e o clima da cidade deu uma melhorada. Eu, se querem saber, soube lidar muito bem com esta situação.  Fiquei em casa com minha filha quando foi preciso, dei o remédio direitinho e fiz tudo que estava a meu alcance para que ela se sentisse melhor.   Até eu ficar doente.  Aliás, as mulheres, assim que virassem mães, podiam se tornar imunes a qualquer doença, para conseguir cuidar de todo mundo sem medo. Depois de cuidar da minha filha por 7 dias, tive que cuidar de mim….mas aí foi mais fácil, afinal, eu já consigo assoar o nariz!!