sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Away from home

Então chegou o momento de ficar longe da minha filha.  Em meados de janeiro, meu chefe querido me ofereceu uma excelente oportunidade: participar de um evento em Miami, Florida. Alem de ser um mega evento na minha área na qual eu teria a oportunidade de aprender muito com experts, seria minha primeira viagem internacional (entende-se para fora da America Latina) pela empresa.  Nao preciso dizer que eu surtei de felicidade.  Surtei pelo reconhecimento que tive, surtei pelo aprendizado que iria ter, surtei pelas compras que eu iria fazer.... Por mais que eu tivesse consciência que iria passar 4 dias fora, a euforia da viagem estava de certa forma escondendo todo o sentimento de saudade que eu estava prestes a experimentar....
Chegando o grande dia, me despedi de todos e dei um beijo especial na minha pequena, apesar dela não fazer idéia do que estava acontecendo.  Tudo correu bem nas minhas primeiras horas de chegada: update no telefone com meu marido, fotos por email, tudo que eu tenho direito.  Cheguei a noite, então estava tão cansada com a viagem que até consegui descansar e dormir sem pensar muito na saudade, afinal, ela estava cercada pela família e meu marido é sem sombra de dúvidas um excelente pai.
Tudo ia as mil maravilhas até o primeiro sms do meu marido com o update: a pequena foi a praia. Simplesmente não tenho palavras para descrever a cara que eu fiz ao ler o texto, mas consigo transcrever meus exatos pensamentos (por favor leiam gritando porque foi exatamente assim que soou na minha cabeça): QUEM MANDOU LEVAR A BEBÊ PRA PRAIA????????? No mesmo momento, uma série de perguntas começaram a povoar minha mente: ela estava de protetor? Usava a fralda correta? Estava com o chapeuzinho? Tinha sombreiro??? Após o momento mãe-protetora-retada-por-não-ter-sido-comunicada um outro sentimento, ainda mais forte, tomou conta de mim: minha fiiha foi a primeira vez a praia e eu não estava lá com ela.  Eu não vi sua carinha quando encostou o pé na areia, ou se gostou do banho de mar o tanto que gostou do banho de piscina. Fiquei arrasada #prontofalei.  Muita gente critica as mães que trabalham e afirmam que isso impacta diretamente na criação dos fillhos. Eu particularmente (e óbvio!) não acredito nisso e não vou entrar no mérito desse assunto, mas o que ninguém fala é o estado que a mãe fica em não poder estar o tempo todo ao lado da sua filha.  Independente do trabalho, toda mãe quer estar presente em TODOS os momentos importantes da sua cria, e eu digo TODOS.   Quando penso na quantidade de eventos que minha filha vai ter na vida, eu sinto um aperto no coracao.....
A verdade é que cada mulher sabe o que precisa.  Eu, por exemplo, me sinto realizada profissionalmente por estar aqui em Miami estes dias,e com certeza, se eu não viesse, ia ficar arrasada também. Me conformei em saber que outros banhos de mar virão e eu estarei lá segurando e mergulhando com a minha filha. Então estou tentando fazer o seguinte: enquanto estou aqui, vou tentar aproveitar ao máximo esta oportunidade que recebi.  Presto atenção redobrada em todas as palestras, faço contato com todo mundo que posso e vou me acabar no outlet.  Quando voltar para casa, serei  100% maezona.  Acho até que vou dormir no berço só para ficar mais perto de Carolina. De resto, vou rezar toda noite para que minha filha entenda que me esforço a cada minuto para ser a melhor mãe que eu puder, e que trabalhar faz parte da minha personalidade e de meus valores. Rezo para que ela entenda também que a cada momento que eu estiver fora, eu estou pensado nela e em mim,  porque afinal, também sou filha de deus e isso não faz de mim uma pessoa ruim.  E se toda essa reza não funcionar, vou entupir essa criança de presente das minhas viagens, para que ela fique feliz da vida quando eu voltar!!!!


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segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Tchauzinho

Eu nunca tive paciência para aquelas mães que expoem seus filhos como marionetes.  É só você chegar perto de uma criancinha, que a mãe já começa:  filho, mostra pra a tia como o au-au faz!!  Ai a criança prontamente faz: Au, Au! Todo feliz, crente que descobriu o Brasil.  Porra, se a mãe pede para ele mostrar como o Au Au faz, o menino não vai fazer Miau, certo!?  Enfim. Resta a tia aqui dar risadinha, falar que fofo e correr para o outro cômodo da sala para tomar uma cerveja. A natureza é tão sábia que ela dá pelo menos 1 dia de diferença entre as descobertas, para que as mães tenham tempo para contar para todo mundo, e lá ia eu, cerveja atrás de cerveja, bicho atrás de bicho!! 
Bem, era assim que eu pensava até alguns meses atrás, quando minha pequena, aos pouquinhos, foi descobrindo os pés, as mãos, os brinquedinhos…  Da noite para o dia, aprendeu a sentar sozinha, a falar dá dá dá (mamãe que é bom nada) e já está quase engatinhando. 
A última dela foi aprender a dar tchau, ou seja, balancar a mãozinha quando a gente fala: tchau carol!  Tudo começou quando a tia do berçário me disse: “olha, ela já dá tchauzinho.  Não é para todo mundo, mas para mim ela dá”. Sim. E?  Sai de lá retada. Como assim “para mim ela dá”?!  Quem ela pensava que era?  Se Carolina tivesse que escolher alguém para dar tchauzinho, seria eu, óbvio, e talvez o pai.  Realmente essa galera do berçário me surpreende. Cheguei em casa e fui direto provar que eu estava certa: sentei a criança na cama e comecei a dar tchau que nem uma doida. Dei tchau de todos os jeitos: estabanado, de mão fechada, de mão aberta, de miss, tudo quanto é tipo (e sim, existem vários tipos de tchauzinho).  Carolina ficou sentadinha, me olhando e dando risada.  Tchau que era bom, nada. 
Depois de quase uma hora de tentativas frustadas, ela me ignorou, comeu e tirou uma soneca.  Minha vontade era acordar a menina só para continuar o treinamento intensivo.  Nunca que eu ia voltar naquela escola sem saber como minha filha dava tchau! Quando ela acordou, resolvi fazer a última tentativa e eis que, como quem não quer nada, lá foi ela levantando a mãozinha… e…. TCHAU! Linda, sorrindo, como uma miss.  Enquanto ela abanava a mãozinha,  os dedinhos balançavam no ar aleatoriamente, como se estivessem aprendendo a se comportar com esse movimento estranho: simplesmente linda de morrer.  Eu fiquei tão feliz, mas tão feliz, que fiz a criança dar tchau umas trocentas vezes só para garantir.  Depois desse momento, finalmente entendi a tal mãe do au-au.  A felicidade em ver sua filha desenvolver é tão grande, mas tão grande que você quer compartilhar com todo mundo!  E dane-se aquela amiga sem filho que não tem paciência e prefere tomar cerveja: ela vai ter que assistir e no final vai ser obrigada a dizer que minha filha é linda.
Para garantir que TODO mundo ia ver o tchau da minha filhota, aproveitei o momento “over” tchauzinho e fiz um filme da pequena.  Agora, já que não consigo mostrar pessoalmente para todo mundo, mando o videozinho e aguardo os comentários!!  
O mais legal disso tudo é que ela está no começo dessa jornada, e ainda tem inúmeras descobertas pela frente....  por isso, podem ir se preparando, porque eu vou encher vocês de filmezinhos e no nosso próximo encontro, a primeira coisa que eu vou falar é:  Carol, mostra pra a tia!? :) 


domingo, 1 de janeiro de 2012

To my lovely Carolina


Querida Carolina,

É sua mãe. Tudo bom com você?  Hoje é o primeiro dia de seu novo ano e eu achei por bem te fazer um resumo do que aconteceu neste ano que passou (já que você estava mais preocupada com a quantidade de leite existente no planeta do que qualquer outra coisa). 
Vou tentar ser rápida e sucinta.  Você nasceu em São Paulo, num frio lascado, ao contrário de seus pais. Você vai crescer sendo chamada de baiana e carioca, e peço que, por favor, não estranhe.  Apesar da nossa família hoje morar em São Paulo e amar de paixão essa cidade, nossas raízes estão sempre voltadas para as praias cariocas e a alegria baiana.  Por isso, filha, vamos tentar passar para você o melhor das três cidades…. E de quebra vamos nos esforçar para que você não fale “meu”. 
Depois que você chegou, o mundo passou a correr em uma velocidade assustadora.  Um dia você era um ser pequenininho, molenga que só tinha nariz, e depois de pouco tempo, seus olhos já ficaram azuis, suas bochechas cresceram e você se tornou a bebê mais linda desse mundo (modéstia a parte). 
Neste ano que passou, você já viajou de avião 8 vezes.  Já foi duas vezes para Salvador  e duas para o Rio, conhecer seus familiares e amigos.  Não preciso dizer que foi uma farra só.  Cada dia era uma pessoa diferente querendo te conhecer, e 24h foi pouco para conseguirmos cumprir uma agenda de visitas concorridíssima. Você se tornou a sensação das duas famílias.  A sua evolução aérea também foi visível.  Nos primeiros vôos você só dormia (o que papai e mamãe agradecem), porém neste último já quis brincar o vôo todo e nos deu uma baita canseira!!
Em 2011, você aprendeu a sentar, emitir sons que só você sabe o que significa e a comer frutas diversas.  Adora banana, maçã e pêra, e estou suando para fazer com que você goste de comer papinha salgada.  Mudou do leite materno para o leite em pó sem problemas, e aprendeu a beber água, o que me faz rir toda a vez… é uma onda conhecer alguém que nunca tinha bebido água antes…isso é uma das coisas que a gente sempre acha que nasceu sabendo… pois é filha,  minha vida com você agora é vivendo e aprendendo a cada dia. 
Seu primeiro Natal e Réveillon foram fantásticos, se assim posso dizer.  No Natal, você acabou dormindo cedo, deixando seus pais e família na farra até as 4 da manhã.  Já no Réveillon foram outros quinhentos: você foi para uma festa em Copacabana, com direito a fogos e tudo.  Ficou dançando com a gente até 3 da manhã e nem se assustou com o barulho dos fogos.  Eu, por outro lado, abri mão de assisti-los para ficar ao seu lado, te olhando e te desejando tudo de maravilhoso para este novo ano. Realmente foi especial.
Agora para o ano que vem, tenho algumas expectativas que tomo a liberdade de compartilhar com você.  Por favor, não se sinta pressionada, até porque tenho certeza que tudo que eu disser será pouco, comparado a sua esperteza e a rapidez que você se desenvolve.
É nóis no ano novo!!
Primeiro pedido: fale logo “mamãe”.  Não aguento de tanta ansiedade em te ver me chamando no meio de todo mundo…(eita orgulho!).  Segundo: aprenda a andar com cautela.  Não precisa ter pressa em sair correndo atrás de tudo… faça tudo no seu tempo, devagar, que você vai longe.  Se ligue que moramos em uma casa com dois andares, então a escada é lugar proibido para você ok?!  Terceiro: você vai começar a passar um tempo na casa de sua avó, seus tios e de sua dinda.  Morando em cidades diferentes, você vai precisar desde cedo a dormir na casa de parentes, não só para poder conviver com eles, como também para que mamãe e papai possam ter um tempinho só para eles (afinal ninguém é de ferro).  Saiba desde já que isso é normal, e não significa que a gente não te ame.   Por último minha filha querida, meu maior pedido: mantenha esse seu excelente humor que Deus te deu.  Continue rindo de tudo e para todos.  Para mim Carolina, isso é o segredo para ser feliz.  
De resto, a gente vai levando.  Estaremos sempre ao seu lado, papai e eu, para o que você precisar.  E para te mimar ainda mais, você está cercada de tios, tias, avós, avôs, irmãs que estarão sempre prontos para atender ao que você pedir…
Que você tenha um excelente 2012. Te amo minha linda.
Beijos,
Mamãe.