terça-feira, 18 de outubro de 2011

Correndo da Catapora

Quando uma família decide se coloca ou não seu filho em uma escolinha, o que mais se leva em consideração são as famosas doenças infantis.  Assim que matricula, a mãe já pode comprar 50 vidros de Kwell para piolhos, 34 vidros de xarope expectorante e 24 caixinhas de Tylenol baby, só para garantir.  No meu caso, eu não cheguei a comprar toda essa quantidade de remédios por mais hipocondríaca que eu seja, mas já estava psicologicamente preparada para Carolzinha pegar sua primeira gripe graças aos coleguinhas amiguinhos catarrentos.
Catapora?! Prefiro a Julia...
As primeiras semanas na escolinha foram ótimas.  Sem modéstia nenhuma, minha filha encantou a todos por ser bem comportada, sorridente e tranquila.  Eu fiquei indo na escola todos os dias para amamentar e posso dizer que estava feliz em ve-la com os outros bebês.    Até o dia que recebi um comunicado que estava tendo surto de Catapora na escolinha.  Piolho, catarro e espirro eu estava preparada mas bolinhas que coçam no corpo todo é demais ne?!?!  Entrei em desespero: minha filha descobriu outro dia que tem duas mãos, como ela iria lidar com o coça-coça da catapora???  Ela é muito pequenininha!!!!  Sem contar que hipocondríaca que sou, eu já começei a imaginar o pior: minha filha tendo que ir ao hospital, e eu sem saber como chegar ao hospital, enfim.  Meu marido tentou me acalmar dizendo que eu estava surtando, mas não teve muito sucesso.  Após uma noite mal dormida sonhando com minha filha cheia de bolinhas e uma troca de SMS com meu pediatra (veja que considero ele meu pediatra, e não da minha filha), decidimos deixar a neném em casa até o surto passar.  Mas ai vem a dúvida: quando passa um surto de catapora?  Ligando na escolinha, descobri que todos os 5 infelizes que estavam doentes já tinham ido para a casa, mas como é que iriamos garantir que o virus ainda não estivesse dando um rolé pela escola?   De acordo com meu pediatra, o surto é na cidade de São Paulo, ou seja, qualquer criança pode estar com o virus e passar para outra sem nem saber.  Ai começou meu momento desespero número 2: o que fazer para proteger minha bebê?  Trancá-la em casa?  Até quando???? 
A verdade é que quando você vira mãe, você acha que tem que proteger sua filha de tudo e de todos.  Saber que existe uma possibilidade de sua filha ficar doente, ou sofrer, automaticamente nos dá o direito de tomar qualquer atitude para protégé-la.  Mas sera que devemos proteger nossos filhos de tudo realmente?  Neste caso, como eles vão ganhar aticorpos para os desafios que a vida com certeza vai apresentar?  Não me entendam mal, minh filha vai ficar de quarentena em casa até novembro (tenho um compromisso importantisso em Salvador em novembro e não vou correr o risco dela ficar doente até lá), mas por outro lado, não podemos deixar de viver usando a proteção como justificativa.  Na escola ela estava evoluindo muito, se desenvolvendo e principalmente, interagindo com outras pessoas.  Não vou abrir mão disso por medo que minha filha pegue piolho (se bem que piolho só daqui a alguns anos, porque ela é carequinha, carequinha).  Em um grupo de crianças você sempre vai ouvir uma tosse de alguém.  Mas também vai ouvir muita risada, histórias e brincadeiras.  É isso que importa.  Quero que minha filha cresca cercada de pessoas, mesmo que para isso, precise tomar um remédio de vez em quando.

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