quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Vaca Profana


Muuuuuu
Estou começando uma campanha contra o aleitamento materno.  Brincadeira.  Mas que as vezes da vontade de fazer uma coisa assim, juro que dá.  Não que eu seja contra o aleitamento materno, mas estou ficando contra esta lavagem cerebral que a mídia está fazendo, deixando todas as mães desesperadas para conseguir amamentar o filho, como se fosse errado ou crime não conseguir.   Falo por mim mesma, antes que alguma chiita faça algum comentário me xingando.
Explico: minha filha está crescendo e com isso alguns comportamentos estão mudando.  Não só nela, como meu corpo também está mudando.   Desde o inicio da vidinha dela, Carolina mama tranquilamente, de 3h em 3h, como qualquer bebê normal.  De uns dias para cá (ela completou 3 meses no ultimo dia 18), ela simplesmente não está mamando direito no peito, na última mamada da noite (entre 22h e 23h).  No inicio achei que eram gases, já que bebê nesta idade tem bastante, mas depois fui descobrindo que ela estava esvaziando o peitão muito rápido, e ficava irritada assim que ele ficava vazio.  Quando eu digo muito rápido, falo em no máximo 5min, sendo que o médico falou que era para deixá-la no peito no mínimo 10min, ou seja, ela estava mamando metade do que deveria.  Junto a isso, eu não sentia o peito encher a noite como durante o dia e na madrugada e comecei a ficar preocupada se ela estava realmente se alimentando bem (tenho horror em pensar que minha filha pode ficar com fome), afinal, ela faz um escandalo tão grande que parece que eu estou beliscando a menina. 
Pois bem, à duas noites que eu estou dando um complemento de leite materno na mamadeira para ela.  Apesar de todos os medos de que ela fique viciada na mamadeira e deixe o peito, não tenho como não dizer que é uma maravilha, por dois motivos básicos:  1- ver a neném comendo e ficando feliz da vida em seguida, ao invés de chorar que nem doida não tem preço; 2 – Ela dorme 7h seguidas, garantido.  Tudo seria as mil maravilhas, se eu tivesse um estoque infinito de leite materno congelado, que conseguisse dar toda a noite e garantir uma boa noite de sono para ela e para mim.  Mas como dizia o filósofo Joseph Kimbler, “mas a vida, é uma caixinhas de surpresas”.  Hoje a média de consumo de minha filha em cada mamada é de 150ml e eu só consigo tirar por dia no máximo 100ml extra (as mamadas diurnas continuam normais), ou seja, preciso que ela mame pelo menos 50ml a noite + conseguir tirar leite TODA HORA, para conseguir fazer com que ela coma o suficiente a noite.  Para resumir: É de pirar o cabeção. Você passa a pensar como uma vaca, juro.   Eu passo o dia pensando em leite – peito – leite – peito – bombinha – leite – peito – bombinha.  A cada minuto que meu peito enche, eu fico querendo tirar com a bombinha, mas ao mesmo tempo fico com medo de tirar e ele não encher o suficiente para a próxima mamada,  A gente fica tão na nóia que tem que amamentar o tempo todo que a probabilidade de não conseguir produzir leite o suficiente para alimentar sua filha parece um crime.  Ontem, enquanto dava mamadeira para ela, quase tive uma crise de choro (mas consegui me recompor logo em seguida, para evitar a vergonha de meu marido).  E se realmente minha produção de leite estiver diminuindo? E se meu estoque de leite acabar (matematicamente falando, será nos próximos dias). E se minha filha acabar preferindo a mamadeira?    É realmente o fim do mundo????????  O fim do mundo para mim ou para minha filha?????  O que me parece é que quem sofre mesmo é a mãe.  A neném em si está amarradona, tomando seu leitinho mais facilmente, dormindo tranquila e de barriga cheia.  Qual é o crime nisso aí? Porque nós, mães, precisamos sofrer tanto? Por isso eu culpo a Globo e todas essas atrizes que tiveram (ou fingem que tiveram) um período de amamentação perfeito, e passam a idéia para o resto da população que todo mundo vai ser igual, fazendo com que você se sinta um monstro se não conseguir ter um peito lindo igual ao de Juliana Paes.  Já não basta a cultura da beleza, agora é a cultura do peitão.  
Para finalizar, quero deixar claro que AMO meu momento íntimo eu-minha filha-meu peitão, e vou insistir nisso até não ter mais jeito.  Quando a hora chegar, seja ela quando for, darei o leite que for preciso para ver minha filha crescer saudável. Resumindo:  acredito sim que leite materno é muito melhor do leite em pó, mas acredito mais ainda na tranquilidade mental minha e da minha filha #prontofalei.
PS:  Para os preocupados de plantão, já conversei com meus médicos a respeito disso e já estou fazendo tudo que eles mandam, este post é só um desabafo, para variar.

2 comentários:

  1. Com 18 dias de nascida Ju chorava desesperadamente, e eu paz e amor da década de 70, entreiem desespero. Ela passava a noite acordada chorando e eu desesperada. Resolvi dizer ao médico que achava que era fome e ele concordou, e com 20 dias ela tomou sua primeira mamadeira, de leite em pó, dormiu 12hs seguidas e eu fiquei acordada, apavorada vendo se ela estava respirando. Dai em diante alternei peito (de dia) leite em pó a noite. Não aconteceu nada, sem traumas pra ninguém, e tudo resolvido. Essa pratrulha de peito já existia naquela época, mais tenho convicção que não estava negando nada a ela, apenas dando mais conforto e matando a fome. E é simples assim. Tenho certeza que vc. tá no caminho certo.
    bjs, saudades

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